Ao olhar para os investimentos, observa-se dois tipos diferentes: renda fixa e renda variável.
O brasileiro está acostumado a investir em renda fixa, principalmente em poupança, por conseguinte, investir é dar o dinheiro para outra pessoa trabalhar.
Ao conhecer a renda variável, a frase “investir é dar o dinheiro para outra pessoa trabalhar” torna-se falsa, e você começa a pensar diferente sobre o ato de investir.
Neste artigo, descreverei as principais diferenças entre Renda Fixa e Renda Variável, boa leitura!
O que é renda fixa e renda variável?
Renda fixa é emprestar o seu dinheiro para outra pessoa, já a renda variável é investir o seu dinheiro em uma pessoa e/ou empresa.
Renda fixa é todo o investimento com o retorno previsível na data de vencimento, geralmente com baixa possibilidade de valorizar muito.
Gosto de comparar a renda fixa com empréstimo, onde você empresta o seu dinheiro para uma pessoa/empresa.
Já a renda variável, como o nome já diz, varia, ou seja, é o investimento onde você pode perder muito dinheiro assim como ganhar muito dinheiro.
A fins comparativos, gosto de comparar a renda variável com a compra de uma casa, onde a casa oscila de preço diariamente, mas o que mais importa é quanto você recebe líquido do aluguel.
Renda fixa e renda variável são muito diferentes, desde a rentabilidade até o risco.
Qual a diferença entre renda fixa e renda variável?
A principal diferença entre os dois é o limite de ganhar e de perder.
Enquanto que na renda fixa você perde muito pouco, o seu ganho não passa de 15% ao ano em um cenário bem otimista.
Na renda variável, você pode perder mais do que colocou em alguns investimentos, porém, na maioria das vezes, a perda é limitada, ou seja, só perde o que investiu.
Quando olhamos para o ganho, vemos que não há limite, algumas ações subiram mais de 1.000 vezes, ou seja, 1.000 reais virariam 1 milhão de reais.
Outro mecanismo na renda variável são as opções que você pode multiplicar o seu valor investido em questão de pouco tempo.
Obviamente, o grau de risco é maior na renda variável do que na renda fixa, como você verá a seguir nos exemplos de investimentos em cada um.
Na renda fixa, além de ter previsibilidade do rendimento, você tem a proteção do FGC, de até 250 milhões em 4 instituições financeiras.
Quanto investir em renda fixa e em renda variável?
Vai depender do seu perfil de investidor.
Após a reserva de emergência, você poderá investir em renda variável!
Vou demonstrar 2 exemplos a seguir, obviamente, tem muito mais…
Regra dos 100
Subtraia a sua idade de 100, o resultado será o que você investirá em fundos imobiliários (FIIs).
O restante você investirá em ações.
Por exemplo, Fernando tem 25 anos, então ele investirá:
- 25% em FIIs;
- 75% em ações.
Não gosto dessa tática pois não conta com o caixa (“dinheiro livre”).
ARCA
Esse método foi adotado pelo Thiago Nigro e vem dando muito certo.
Consiste em separar 25% em cada classe de ativos:
- 25% em caixa;
- 25% em FIIs;
- 1/4 em ações nacionais;
- 25% em investimentos internacionais.
Caso as ações subam demais, você as vende para aumentar o seu caixa – equilibrar os 25% – e caso as ações desvalorizam, você diminui o seu caixa comprando ações nacionais, internacionais e FIIS.
Em conclusão, o mais importante é antes de começar a investir, montar a sua estratégia!
Qual é o melhor: Renda Fixa ou Renda Variável?
Não há melhor, há o mais adequado.
Vamos supor que renda variável seja o melhor, você tem um dinheiro que vai precisar daqui 6 meses, como a renda variável é melhor, você investe nela.
Ao passar 5 meses, acontece algo onde você tinha o seu dinheiro e simplesmente cai 50%, você vai fazer o que para recuperar em 1 mês?
Lembrado que: Quando cai 50%, precisa subir 100% só para empatar.
Nesse exemplo de 6 meses, a pessoa investe em renda fixa, para ter certeza que não vai perder esse dinheiro e ainda, estará rentabilizando-o.
Mas, de qualquer forma, não escolha entre um ou outro, invista nas 2 possibilidades.
Exemplos de investimento em Renda Fixa
A renda fixa é muito mais classificada pela sua forma de rentabilidade do que propriamente com os nomes citados acima. Veja cada uma delas:
Prefixada
Significa que rende a mesma rentabilidade até a data de vencimento, ou seja, exemplificando, seria 8% ao ano durante o tempo do título.
Investidores compram os títulos prefixados normalmente quando a taxa de juros Selic está em queda, para rentabilizar mais do que a taxa de mercado.
Ao investir no prefixado, você sabe exatamente quanto terás na data de vencimento, sendo assim, um ótimo título para se organizar.
Alguns exemplos de investimentos prefixados:
- Tesouro Direto;
- CDB;
- LC.
Pós-fixado
O título pós-fixado rende a um índice da economia, por exemplo o CDI, taxa Selic, IGP-M ou IPCA.
Por exemplo, o título com rendimento de 130% do CDI.
Como o rendimento está ligado a taxa, se a taxa subir o rendimento sobe, e vice versa.
Dessa forma, você terá uma previsão de quanto você terá na data do vencimento.
Os investimentos com rentabilidades pós-fixadas são:
- Tesouro Direto;
- CDB;
- LC, LCI e LCA;
Híbrida
Une-se a rentabilidade prefixada e pós-fixada, ou seja, um rendimento fixo com um variável.
Por exemplo: IPCA + 5%.
Uma característica importante dos títulos híbridos é a questão do ganho acima da inflação.
Geralmente, o rendimento é maior que a inflação, sendo assim, mantém o poder de compra.
Alguns investimentos com rendimentos híbridos:
- Tesouro Direto;
- CDB
- LCI
- CRI
Exemplos de investimento em Renda Variável
Veja os principais investimentos na renda variável.
Ações
Ações são pedaços de empresas, ou seja, ao comprar uma ação, você torna-se sócio da companhia.
Há alguns tipos de ações, como as ordinárias que dão direito a voto e as preferenciais que tem preferência no recebimento dos lucros.
Em um tempo de juros baixo, é uma boa hora para adquirir e se beneficiar das empresas, não há nada que dá mais dinheiro do que uma empresa.
Fundos Imobiliários
Os Fundos Imobiliários (FIIs) é um grupo de pessoas investindo no setor imobiliário.
Há FIIs que investem em galpões logísticos, lajes corporativas e shopping centers, esses são chamados de fundos de tijolo.
Por fim, há FIIs que investem em ativos de renda fixa do setor imobiliário – em LCI e CRI – esses por sua vez, são chamados de fundos de papel.
O ganho vem por 2 maneiras:
- Valorização da cota;
- Rendimentos de aluguéis isentos de imposto.
Dessa forma, o FII é uma boa maneira para fazer parte do setor imobiliário e receber mensalmente dinheiro sem fazer nada.
Opções
Opções são contratos que dão direito de compra ou venda a uma pessoa, desde ações, moedas até commodities.
Há várias maneiras de investir em opções, as principais são call (opção de compra) e put (opção de venda).
Vamos supor que você ache que a Petrobras vai subir.
Você pode comprar uma call, caso isso se confirme, você pode comprar Petrobras ao preço determinado na call ao exercer o direito.
Você também pode lucrar nesse mercado com a compra e a venda do direito.
As opções tendem a ser o contrário das ações, por isso, serve como proteção.
Caso determinada ação desvalorize, a put valoriza.
Lembrando que o risco é alto e tem uma data de vencimento para exercer o direito – não é obrigatório exercer o direito.
BMF
Contratos futuros negociados na B3 em relação a outros ativos como milho, dólar, entre outros.
São chamados de derivativos e contam com o mesmo mecanismo das opções, negociar hoje um preço futuro.
Pode ser negociado:
- Câmbio;
- Índices;
- Commodities.
Conclusão
Com toda a certeza, a sua visão sobre investimentos aumentou após a leitura desse artigo.
Agora você entende que investir não é simplesmente dar o dinheiro para a outra pessoa, mas sim, fazê-lo trabalhar para você.
Ficou com alguma dúvida sobre a renda fixa e renda variável? Comente aqui!